Moléstia

•Outubro 24, 2008 • Deixe um Comentário

Que é este blog?

Poderiam chamá-lo de uma grande inovação, uma tentativa qualquer, um empurrão ao irresponsável, aqueles sonhos juvenis de que o mundo ouça incansavelmente sua voz. Na verdade, e não surpreendentemente, este espaço é uma doença. E o pior, a continuação de uma grave doença.

Tudo anda cautelosamente bem, quando surge uma doença. Tudo anda passivamente habitual, quando surge uma doença. E que faz esta doença? Bate, castiga, e vai-se embora – às vezes mata – levando consigo a dor e deixando seja lá o que for. A doença é o erro, é o caos. A doença é filha da miséria e da angústia. Não por menos pega os fracos e os fortes, também. Fortes, tão fortes, a ponto de julgarem-se sublimes. E são tão sublimes que se perdem em sua irracionalidade – acredita – doentia. Esta é uma doença contra a racionalização irracional. É um vírus tão forte que desmancha o bloqueio da falsa visão. É uma doença muito séria, também, às letras. Queria que pudesse matar. Se achasse pouco, que pudesse enterrar de vez, após séculos de tentativa de sobrevivência, uma escrita viciosamente enfeitada, enfadada, medíocre. Que esta doença leve aos meus iniciais cinco ou dez leitores a recordação do sentido das letras e das palavras: que foram feitas para serem ditas e, com isto, mudarem tudo o que há.

Mas coitada desta doençinha. Ainda tão nova, já aspira tanto. Não há pressa, meus estudantes, deixe os doutores descobrirem…